18 de ago. de 2011

é ter na mente


     Como eu posso falar da nossa amizade sem me tornar repetitiva? Como eu posso te dizer o quanto você é importante pra mim, independente de tudo, usando palavras que eu ainda não usei? Nunca existiu ninguém que me conhecesse tão bem quanto você. Não é mesmo? Nos tempos do colégio, bastava eu botar o pé na sala de aula, com os olhos um pouco inchados - que podia parecer apenas uma cara de sono – que você já vinha atrás de mim com um: “O que foi que aconteceu? Você passou a noite chorando não foi?”. Você sempre acertava.
     Porém, de uns tempos pra cá as coisas mudaram. Mudaram muito. Mas eu quero que você saiba que, mudando do jeito que for, eu sempre vou estar aqui por você. De uma forma ou de outra. 
     Quando a gente se encontra, eu sempre tenho a sensação de que nossa amizade ainda é a mesma. Porque a intimidade, nossa ligação, ou seja lá como isso se chama, nunca mudou. Você também sente isso? Porque eu acho que é isso que importa. Então tudo o que eu desejo é que aquela conectividade que faz a gente olhar e ver estampado na testa um “eu não estou bem”, mesmo que tentemos esconder, não perca o sinal. Que aquela sensação confortável de confiança não fique esquecida, eu ainda sinto ela presente quando a gente se encontra, ainda me sinto segura em confiar meus segredos a você, em contar minhas confusões.
    Eu sei que é fácil falar isso. Difícil é manter a palavra. Difícil é alterar a ordem natural das coisas. E o natural é que as coisas mudam. E a seleção natural diz que sobrevivem os mais fortes. Então, que nossa amizade ainda seja forte o suficiente pra sobreviver às mudanças. As várias outras mudanças que ainda estão por vir.
     Eu mudei, você mudou, nossa amizade mudou. Eu ainda vou mudar, você vai mudar, nossa amizade também. Mas que ela seja forte o suficiente pra não virar pó com o passar do tempo, que ela seja madura o suficiente pra não se perder no caminho, que ela signifique tanto pra você, quando significa pra mim.
     E como já dizia Antoine de Saint Exupéry, “tu te tornas ETERNAMENTE responsável por aquilo que cativas.”
      Você me cativou. Você é eternamente responsável por mim. Aprenda a conviver com isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como sempre, muito lindo o texto amiga. Amei. :D